5 curiosidades interessantes sobre o célebre vinho do Porto
Foi através da sua produção que se criou a génese de uma cultura. Hoje, é a principal atração da região do Douro.
Todos os anos, milhares de visitantes passam por este “paraíso suspenso” e apaixonam-se rapidamente pelo seu tesouro mais bem guardado – o vinho do Porto.
Este é um vinho licoroso e fortificado, ideal para acompanhar uma boa petiscada ou para complementar a sobremesa. No geral, é uma bebida reservada para momentos felizes junto da família e amigos.
É por estas e outras qualidades e, logicamente, pelo seu sabor singularmente adocicado, que o mundo consome este admirável produto duriense.
Prova disso é que, no ano de 2022, a exportação dos vinhos do Porto e Douro gerou uma receita de 381 milhões de euros.
Tendo em conta a intensa procura por este aprazível néctar, achamos por bem revelar-lhe cinco factos interessantes sobre o mesmo.
Assim, ao longo deste artigo, descobrirá um pouco sobre a sua origem, fabricação e demais tipos de vinho do Porto.
1. Tem Porto no nome, mas nasce no Douro e amadurece em Gaia
O vinho do Porto tem no seu nome uma das principais cidades portuguesas. No entanto, nasce das uvas do Alto Douro Vinhateiro e amadurece nas caves de Vila Nova de Gaia.
Dizem os historiadores que, no “Douro Sublimado”, o cultivo da vinha é uma prática com quase dois mil anos. Contudo, a produção de vinhos do Porto só teve origem no século XVII.
As quintas do Douro foram e são o local de nascimento desta bebida. Repletas de socalcos à sua volta, estas propriedades criaram parte do sucesso do vinho do Porto.
Por apresentarem excelentes condições geoclimáticas, os terrenos durienses sempre foram trabalhados com afinco pelo seu humilde povo.
No entanto, o vinho não poderia amadurecer numa zona onde há “nove meses de inverno e três de inferno”.
Os invernos rigorosos e os verões extremamente quentes impactariam negativamente o processo de amadurecimento dos vinhos do Porto.
Por essa razão, no passado, os barcos rabelos transportavam-no até às caves em Gaia. Aqui, a brisa fresca do Atlântico permitia e ainda permite uma melhor conservação do vinho.
Hoje, esta bebida alcoólica já não desce o rio Douro em barcos rabelos. No entanto, Vila Nova de Gaia continua a ser a porta de embarque para o mundo.
2. Existem oito diferentes tipos de vinho do Porto
Quem uma vez prova este vinho, vai querer degustá-lo para sempre. Na verdade, poderá experimentar até oito tipos de vinho do Porto diferentes.
Esta ampla diferenciação demonstra a versatilidade deste tesouro duriense. Tal acontece, principalmente, devido ao tempo de estágio em barricas de cada tipo de vinho do Porto.
Entre o Ruby e o Tawny, as duas grandes categorias de vinhos do Porto, há todo um leque de opções:
- Ruby – um vinho jovem, com amadurecimento entre três a seis anos em barrica. De cor escura rubi, é pouco oxidado, dado o baixo contacto com o ar. Apresenta um sabor frutado com notas de frutos vermelhos.
- Vintage – feito com as melhoras uvas do Douro, colhidas no ponto alto de maturação. O seu tempo de estágio em barrica é de apenas dois a três anos, mas amadurece em garrafa bem para lá dos 15 anos.
- LBV (Late Bottled Vintage) – uma alternativa económica ao Vintage, mantendo a mesma qualidade. Estagia entre quatro a seis anos em barrica e assim que é engarrafado fica pronto a beber.
- Crusted – uma combinação de vinhos encorpados que amadurecem durante quatro anos em barricas de grande dimensão. Após engarrafados, maturam por três anos. Formam uma “crosta” com sedimentos no fundo da garrafa e, por isso, deve ser decantado.
- Tawny – considerado pelos enófilos como o whisky dos vinhos do Porto. Permanece fechado em barricas de madeira durante 10, 20, 30 ou 40 anos. Denota tons âmbares e ostenta um aroma a frutos secos e madeira.
- Colheita – é um vintage da mesma família do Tawny, mas diferencia-se por ser feito com uvas de uma só colheita. Passa, no mínimo, sete anos a amadurecer em barricas, podendo ultrapassar os 20 anos.
- Branco – é produzido com castas de uvas brancas, também brotadas na região duriense. Passa por um período de estágio de cerca de quatros anos em largos bolseiros de carvalho.
- Rosé – segue os mesmo procedimentos de todos os tipos de vinho do Porto, sendo proveniente de uvas tintas. Porém, para obter tons cor-de-rosa, extrai-se a cor rubi. Amadurece em cubas de aço inoxidável para não entrar em contacto com o ar.
3. A sua origem ainda está por descobrir
No Douro, durante o império romano, já se bebia vinho produzido naqueles solos férteis.
Contudo, a designação de vinho do Porto surge apenas no século XVII, ainda que não existam provas da sua verdadeira origem. No entanto, houve uma teoria que ganhou força.
A ligação comercial entre Portugal e Inglaterra já é antiga. Por essa razão, à época, os britânicos eram os principais importadores dos vinhos durienses.
Assim, dizem os próprios ingleses que foram eles os responsáveis pela criação do vinho do Porto.
Tudo começa com a problemática da oxidação do vinho devido à travessia marítima entre Portugal e o Reino Unido. Como a viagem era longa, o ar entrava em contacto com o vinho e alterava o seu sabor.
Para resolver o problema, diz-se que os ingleses, durante a fermentação, adicionaram brandy, uma espécie de aguardente velha.
Esta combinação trouxe efeitos positivos para a conservação do vinho. Além disso, tornou-se mais adocicado e com maior teor alcoólico.
Assim, segundo o relato vindo das terras de Sua Majestade, nasceu o célebre vinho do Porto.
4. O Douro é a mais antiga região demarcada vitivinícola do mundo
Sabia que o Douro foi a primeira região vitivinícola a ser demarcada em todo o mundo?
Em meados do século XVIII estava instaurada uma forte crise comercial em Portugal.
Nessa altura, os vinhos durienses já tinham alcançado um certo prestígio no panorama internacional.
Contudo, este reconhecimento também trouxe consequências negativas. No mercado nacional e internacional surgiam várias cópias e fraudes do original vinho do Porto.
A produção em massa desta bebida reduziu a qualidade e a notoriedade anteriormente alcançadas. Depois, devido à larga oferta, os preços começaram a baixar e afetaram diretamente os produtores originais.
Assim, em 1756, o emblemático Marquês de Pombal fundava a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro.
Conhecida atualmente como Real Companhia Velha, esta instituição visava proteger a origem dos vinhos do Porto e garantir a sua qualidade.
No ano seguinte, o mesmo Marquês de Pombal demarcava a região do Douro, como se de uma reclamação de direitos de autor se tratasse. Entre Barqueiros e Barca D’Alva passava a ser produzido vinho totalmente certificado.
Em paralelo com esta medida, foram lançadas normas de produção e várias regulamentações para os produtores durienses. Estes tinham de garantir o seu cumprimento para obter o selo de qualidade.
Atualmente, os vinhos desta região vitivinícola ainda seguem normas instituídas pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IDPV).
Além disso, este produto de qualidade é ainda identificado pela sigla DOC (Denominação de Origem Controlada).
5. A colheita manual e o pisar das uvas ainda se mantém
As vindimas são, sem dúvida, a época alta da região do Douro. Nas ruas e nos campos sente-se uma azáfama pouco habitual.
Isto porque, em setembro, chegam a este lugar milhares de pessoas para trabalhar na colheita das uvas.
Na maioria das produções ainda se privilegia a apanha manual em detrimento da mecanização da vindima.
Os produtores de vinhos do Porto acreditam que este método tradicional oferece diversas vantagens, tais como:
- Flexibilidade na produção de todos os tipos de vinho do Porto, pois é possível escolher cachos de uva com ou sem engaço;
- Maior cuidado no tratamento das uvas, ao contrário das máquinas que as separam diretamente dos cachos;
- Seleção das melhores uvas e capacidade de descartar as que já não servem;
- Em terrenos com declives acentuados como o Douro, a utilização de maquinaria não é prática nem recomendável.
Para além de se manter a tradicional colheita manual, algumas quintas no Douro preservam também o pisar das uvas.
Segundo alguns produtores, a técnica do “pisa a pé” ajuda a extrair a melhor parte da grainha das uvas e retirar mais cor das cascas.
Assim, num lagar de pedra, dezenas de homens e mulheres esmagam as uvas com os próprios pés.
Enquanto pisam as uvas com movimentos perfeitamente sincronizados, os trabalhadores divertem-se ao entoar cantares regionais.
Aconselhamos totalmente esta experiência única e garantidamente inesquecível. Nestes instantes, sentirá uma imersão profunda no seio da cultura duriense.
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